
Todavia, dois dias me chamaram a atenção, neste São João, o dia do show de Flávio José e Alcymar Monteiro e o último dia (este, eu não fui, só fiquei sabendo), com o show da banda Calcinha Preta. Flávio José com sua sanfona, acompanhada da zabumba, pandeiro, triângulo e outros instrumentos, cantou o amor tendo a lua malandrinha observando meu cenário de amor, cantou a vida com tareco e mariola, cantou a mulher saudade já tem nome de mulher só pra fazer do homem o que bem quer...
Alcymar Monteiro, não menos acompanhado, cantou nossa gente ver os pegá de boi/Andar nas vaquejada/Dormir ao som do chocalho/E acordar com as passarada/Sem rádio e sem notícia/Das terra civilizada. Alcymar, ainda cantou o amor Ela nem olhou pra mim, ela nem olhou pra mim/ Quando fui na euforia coração de alegria/ gritou mais que um bandolim/ chegou feito uma princesa coroada de beleza/ e nem se quer olhou pra mim.
Já Calcinha Preta cantou, pelo seu próprio repertório, sua própria banda É da Calcinha que eu gosto/ Carrego no coração/ Inverno ou verão estou esperando você/ É da Calcinha que eu gosto. Cantou também a juventude Eu me amo demais/eu não perco um forrozão/eu adoro vaquejada/vivo a vida com emoção/o meu bolso é minha guia/ a bebida é a razão/ sou um cara apaixonado/por mulher e boi no chão. Por último, Calcinha Preta canta o amor, dentre tantas composições que falam do amor, Eu vou fazer um leilão/quem dá mais pelo meu coração?/ estou a beira da loucura/ninguém mais me segura/estou fora da sua vida/ eu já fui...
Comparar esses shows, não posso, mas posso questionar a qualidade da musicalidade e das composições apresentados nestes shows. Enquanto Flávio José e Alcymar Monteiro cantam nossos costumes, vivências, convivências, relações, amores, dizendo letras trabalhadas, no mínimo primando pela originalidade.Calcinha Preta como Cavaleiros do Forró, Limão com Mel, Saia Redonda e tantas outras cantam a mesma coisa, ou qualquer coisa, basta botar dançarinos semi-nus e dizer que o "Amor é lindo!"
Se estou parecendo preconceituosa, eu sinto muito. Mas estou cansada dessa cultura descartável, massificada. Não sabemos mais quem somos ou o que somos. Fico pensando: o que as futuras gerações vão pensar, ou mesmo, vão dizer desta? Talvez, esperar que jovens de outras regiões como os da banda Fala Mansa não deixem morrer a nossa cultura.
Se estou parecendo preconceituosa, eu sinto muito. Mas estou cansada dessa cultura descartável, massificada. Não sabemos mais quem somos ou o que somos. Fico pensando: o que as futuras gerações vão pensar, ou mesmo, vão dizer desta? Talvez, esperar que jovens de outras regiões como os da banda Fala Mansa não deixem morrer a nossa cultura.